quarta-feira, 18 de abril de 2012


O Computador e a Educação: uma análise sobre funções e competências

    Quando se pensa em computador na educação, provavelmente pergunta-se: Como seria o uso inteligente dessa máquina na educação? Seria repetir o que o professor tradicional faz nas salas de aulas com uma lousa, isto é, passar as informações aos alunos, avaliar e administrar as atividades propostas e realizadas pelo aluno, como se o computador fosse um clone do professor; ou a utilização do computador na educação de forma inteligente, seria incluir mudanças no sistema atual de ensino, fazendo com que este fosse utilizado pelo aluno como uma ferramenta para a construção do conhecimento, possibilitando a ele criar, pensar e manipular a informação?
    Para a análise destas perguntas, deve ficar claro que a utilização inteligente do computador, não é um atributo do mesmo, mas a maneira como é concebida a tarefa em que ele será utilizado. Certamente existem professores que participam de um  sistema educacional mais conservador, que desejam ferramentas que tenham como característica o controle de diversas tarefas específicas do processo atual de ensino. Vários sistemas computacionais, foram e ainda estão sendo desenvolvidos  com essas características, desempenhando tarefas que contribuíram para essa abordagem educacional e que serão, com certeza, muito valorizados por profissionais que compartilham dessa visão de educação. Por outro lado, existem profissionais que se enquadram em sistemas de ensino mais sofisticados que desejam sistemas computacionais com qualidades de inteligência; sendo possível a estes sistemas, identificar os erros cometidos pelos alunos e, mesmo, indicar tarefas de acordo com o nível de aprendizado do aluno.
    Então, fica claro que a análise de um sistema computacional com finalidades educacionais não pode ser executada sem que se faça considerações a respeito do contexto pedagógico no qual será utilizado. Um software só pode ser classificado como bom ou ruim dependendo do contexto e do modo como ele será utilizado. Para que se faça a qualificação de um software é preciso ter muito claro a abordagem educacional a partir da qual ele será utilizado e qual o papel do computador nesse contexto.
    O uso inteligente do computador na educação deverá procurar promover mudanças na abordagem pedagógica vigente; e não apenas colaborar com o professor, para tornar mais eficiente o processo de transmissão de conhecimento. A utilização da informática na educação deve ser analisada como processo de modernização, renovação e troca de resultados. A partir daí será abordado sucintamente quais as características que um software deve ter para que ele promova o ensino ou auxilie no conhecimento.
 

1. O Uso do Computador na Educação
    O uso do computador na educação tem como papel ultrapassar as fronteiras do educar convencional, dando oportunidade às escolas de renovar a forma de se trabalhar os conteúdos programáticos. A informática na educação possibilita ao educando a construção do seu conhecimento, transformando a sala de aula num espaço real de interação, de troca de resultados, e adaptando os dados à realidade do educando.
    Segundo Valente:  “À educação cabe hoje o papel norteador, para superação das crises do trabalho, transitando do homo studioso para homo universalis”. Não se discute mais, o uso ou não do computador nas escolas; pois a informática é uma realidade na vida social de praticamente senão todas as áreas. No entanto, a questão é como a informática pode ser utilizada de forma mais proveitosa?
    Para responder esta questão, é preciso resolver algumas diretrizes essenciais: vencer o preconceito com relação à máquina (computador); e, elaborar uma planilha que contenha as principais necessidades pedagógicas em sala de aula, esta listagem poderá ser resolvida com a ajuda de um especialista, e o computador terá como atendê-la.
    Os computadores nada mais são do que o meio e não o fim, isto é, eles são somente solucionadores de problemas; mas que sozinhos não fazem nada, e só podem se tornar úteis com a ajuda de um bom especialista - nesta situação, o professor pois é ele quem detém o conhecimento teórico.
    A introdução do computador, no ambiente escolar, é hoje uma necessidade para o crescimento de uma pedagogia inovadora, assentada na capacidade de educadores propensos a didáticas renovadas. E, a importância do papel do educador neste processo informatizado está em se conscientizar de que não é ele quem deve indicar o que é próprio de cada educando, mas sim é papel dele estar constantemente atento ao poder de cada um. Então, se o educador não se colocar dentro de seu tempo e caminhar em direção ao desenvolvimento, ficará muito difícil gerar uma atuação docente de qualidade.
    O educador aprendiz se defronta então, com uma nova concepção na construção de seu conhecimento, devendo ficar consciente de que a tecnologia computadorizada não se resume em mouse, teclado, CPU e software, mas sim em saber empregá-los numa realidade pedagógica existencial.
    Um componente muito importante neste processo é o educando, ele é antes de tudo o fim. É para ele que se aplica o desenvolvimento das práticas educativas, com objetivo de levá-lo a se inteirar e a construir seu conhecimento, através da interatividade com o ambiente de aprendizagem. O educando é participante ativo nesse processo de aprendizagem, interagindo e tendo claro os objetivos do aprendizado.
    Se o computador pode ser usado para auxiliar a transformação da escola, mesmo sabendo dos desafios que essa transformação apresenta, então essa solução é mais promissora e mais inteligente do que usar o computador para informatizar o processo de ensino.
    Tendo visto estas necessidades, as escolas devem promover um espaço de construção cooperativa dos conhecimentos, desenvolvendo no aluno uma consciência crítica e assim revolucionar o processo pedagógico, deixando-o mais interativo e com atualizações constantes. É preciso existir uma aliança na utilização de novas tecnologias, buscando a possibilidade de criar e transformar conhecimentos estimulando a comunicação entre as pessoas e visando a expansão da autonomia pessoal nos processos de aprendizado.
    Partindo destes pressupostos, a Internet também pode ser usada como um recurso que vem de encontro às expectativas de mudança, pois ela revoluciona o processo ensino-aprendizagem, no qual o aluno tem acesso às informações, tem autonomia na maneira de buscar o conhecimento e racionalizar o tempo. A transmissão do conhecimento acontece de forma diferente, ou seja, não precisa necessariamente acontecer em um ambiente restrito e estar em constante contato com o professor em sala de aula.
    Observa-se, também, que a Internet se apresenta como uma ferramenta indubitavelmente excelente na Educação. Ela deixa claro que não só a escola sairá ganhando com seu uso, mas também a sociedade, pois dispor-se-á de profissionais mais preparados, dotados de postura crítica e autocrítica, e com grande capacidade de pesquisa, de busca do conhecimento; visando assim, consciente e inconscientemente, um constante aprimoramento pessoal, profissional, cultural e de conhecimentos gerais. Só estes argumentos, necessários e suficientes, mostram que a Internet na Educação e a Educação na Internet propiciam um desenvolvimento (com base no conhecimento) amplo da sociedade como um todo, e justificam o emprego desta poderosa ferramenta.
 

2. Professor e Aluno: competências
    O uso destas tecnologia irá mudar o enfoque do processo escolar para o qual os usuários terão um crescimento intelectual e profissional de acordo com seus objetivos. O processo ensino-aprendizagem terá um novo enfoque, conforme cita Robert Branson:
  • O professor não será mais o detentor do conhecimento e o aluno simplesmente o receptor; mas professores e alunos irão interagir visando um maior aprimoramento, mudando assim o paradigma nos dias de hoje da educação.
    Desta maneira, o professor assumirá várias funções como: estimular a pesquisa em rede; servir de base para alcançar objetivos; colaborar com apoio multidisciplinar; incentivar a interação entre alunos; coordenar trabalhos; fornecer endereços interessantes na Internet; leitor e crítico; autor de textos e verificador de metas. 
    Por sua vez, o aluno irá participar lendo, escrevendo e auxiliando no intercâmbio de informações entre ele, os professores e os demais colegas. 
    O sistema educacional estará assim estimulando a criatividade, dinamizando o ensino em sala de aula, tendo resultados sempre aprimorados. Partindo deste princípio, a metodologia educacional fará com que o professor passe constantemente por uma reciclagem, saindo da rotina em que possivelmente poderá se encontrar. 
    E, o aluno não será mais passivo e desinteressado dentro do processo educacional, deixando-se afetar por estratégias diferentes de aprendizagem como por descoberta, coletividade e simulações da realidade. O aluno terá também a vantagem de trabalhar de maneira organizada quando não estiver no ambiente educacional sem que perca o interesse e a estimulação, mas desenvolvendo-os por conta própria.
3. Conclusão
    A participação do computador dentro das salas de aulas, pode ser visto como um mundo muito novo, onde conceitos podem ser ensinados aos alunos de formas nunca antes imaginados através de sistemas audiovisuais, utilizando-se de sons e imagens, transformando assim a sala de aula em um laboratório virtual.
    A partir deste novo contexto de ensino-aprendizagem, tanto o aluno quanto o professor obtêm resultados positivos; o aluno através da diversidade, da dinâmica de exploração das informações e do intercâmbio de informações e idéias com outros alunos de outras escolas e outras culturas e, já o professor através da possibilidade de reciclagem de conhecimentos, ampliação de conceitos e de sua didática.
    Observa-se que, o uso da tecnologia pode contribuir para ajudar e viabilizar o ensino, criando novas possibilidades principalmente como apoio pedagógico e em cursos de Educação à Distância. A Internet é uma ferramenta pedagógica que facilita a comunicação e a troca de opiniões entre todos em geral; aproximando as pessoas, geograficamente distantes, no mundo, sem distinção de credo, raça ou ideologia com o objetivo primeiro de discussão para o crescimento em conjunto.
 

Bibliografia Consultada
BRANSON, Robert. Issues in the design of schooling: changing the paradigm. Educational Technology. p.7-10, april, 1990.
MEDEIROS FILHO, Dante Alves  & CINTRA, Jorge Pimentel. Avaliação do Uso de Computadores no Processo de Ensino e Aprendizagemhttp://www.insoft.softex.br/~scie/1999/DanteARibeiroFilho-AvaliacaoEnsinoEAprendizagem.html
OLIVEIRA, Gilca dos S. V.. Softwares Educacionais: Estudo e Implantação. Uberlândia/MG, UNIT – Centro Universitário do Triângulo, Dezembro de 1999. 97p. (Monografia de Conclusão de Curso).
VALENTE, José Armando. Diferentes usos do Computador na Educação.
http://www.nuted.edu.ufrgs.br/biblioteca/artigos/uso_comp_educacao.html
VALENTE, José A.. O Uso Inteligente do Computador na Educaçãohttp://www.proinfo.mec.gov.br/didatica/testosie/txtusointe.shtm 



http://www.pgie.ufrgs.br/alunos_espie/espie/silviab/public_html/espieufrgs/espie00001/usocomputador.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário